sexta-feira, 24 de junho de 2011

Amanhã sociologia, hoje psicanálise


Isto é a resposta ao desafio de António Vieira. Não me lembro do que ele escreveu, nem quero saber. Mais que piloto automático é a espontaneidade de que eu tanto prezo na minha escrita. Vá, só quero dois minutos da vossa atenção. Preconceitos para com o hip-hop ficam à porta ou então enfiem-nos no c*. Vamos lá...

Tyler, the Creator, é um rapper nascido no ano de 1991 com dois álbuns editados (e agora deixemos as introduções à primária para outros blogues). Por detrás do monstro está um puto de 19 anos que só quer ser amado. Há talento e há raiva, muita raiva: contra o pai, contra as mulheres, contra o abstracto. A raiva tem forma mas não é direccionada a ninguém, ao contrário da dor. Essa, sim, é direccionada para todos, ou pelo menos é causada por todos (tanta esquizofrenia nesta escrita encomendada). Para controlar a raiva cria-se um alter-ego: Doctor TC, um psicólogo que vai gerindo o sub-consciente de Tyler, durante Bastard e Goblin (os dois álbuns). Os demónios são todos soltos e resultam em músicas fabulosas, que facilmente se distanciam do hip-hop convencional e alcançam um patamar nunca antes visto.
Invejo Tyler como criatura e criador. Com a mesma idade dele não tenho nada feito. Não me apetece escrever mais.

Oiçam esta:
"another love song about shit"


Pedro Ramalhete

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