quarta-feira, 6 de abril de 2011

Top 10: Mulheres na música

Os Senhores da Rádio tiveram a brilhante de ideia de criar mais uma rubrica: Top 10. Quando nos der na cabeça iremos fazer listas do que nos apetecer. A função de inaugurar este segmento coube-me a mim (Pedro Ramalhete). Vamos ver como corre.

10 - Erika Forster (Au Revoir Simone)

A música das Au Revoir Simone não me encanta, particularmente, mas a fragilidade que estas nova-iorquinas transpiram é contagiante. Fundir o universo pop da música americana com a beleza ímpar da, já há muito esquecida, Briggitte Bardot funciona de forma impressionante. Este projecto, apadrinhado por David Lynch (senhor), é um passar de testemunho. Uma geração de ideais inspiradores transforma-se numa geração mais pirosa e menos versátil (este "piroso" não é mau). Podia ter escolhido qualquer uma delas, mas Erika Forster é a mais bonita. É tão simples quanto isto.

9 - Cláudia Guerreiro (Linda Martini)

O meu fascínio pelos Linda Martini já se torna enjoativo, eu sei. Vos garanto que não é obsessão. A escolha de Cláudia Guerreiro vem na linha desta admiração que tenho pela sua banda, na minha opinião a melhor banda portuguesa da actualidade. Meus amigos, o baixo desta senhora rebenta com qualquer outro em Portugal.

8 - Anna Calvi 

Em palco tem uma voz pujante, fora dele uma voz doce. Falo como se a conhecesse, a verdade é que depois de ouvir o CD, homónimo, não faço outra coisa senão estar no youtube a ver vídeos dela. A grande revelação de 2011. Queremos mais, muito mais.

7 - Regina Spektor 
A Regina Spektor veio do frio, da antiga URSS, para aquecer os nossos corações (admito risos, este cliché é hediondo). Se Us e Samson emocionaram muita gente (vá, emocionaram-me) não foi só pela letra. A bipolaridade, tanto frenética como delicada, de Spektor empolga qualquer ouvinte. Recomendo Soviet Kitsch, o álbum com mais coração.

6 . Charlotte Gainsbourg 
O papá era um génio. Quem não se lembra de Serge? O seu talento para o engate (Briggite Bardot, Jane Birkin) e a sua música correram meio mundo, assim como as imagens de Charlotte a fornicar, no filme Antichrist (brilhante obra de Lars Von Tier). O talento de Charlotte para a música não ficou a dever nada às suas performances como actriz. A delicadeza desta menina valeu-lhe o sexto lugar.

5 - Beth Gibbons (Portishead)
Quem gosta de mulheres gosta de Beth Gibbons, não pela aparência mas pela sua alma ao cantar. Dizem que a Janis Joplin era a diva, a voz, e eu concordo, mas Beth Gibbons é mais que isso. É o anjo da guarda da música sublime. Se eu morresse a ouvir o Dummy morreria tranquilo. Beth Gibbons, este Verão estarei no Meco a cantar contigo a Roads.

4 - Meg White (The White Stripes)
Baterista de uma das melhores bandas de sempre. Irreverente e dominadora de todo um género musical, que, sinceramente, não sei qual é (essa é a beleza da banda de Jack e Meg).


3- Zooey Deschanel (She and Him)
Estou-me a lixar para a música dos She and Him, é fraquinha. Zooey Deschanel conquista todos com os seus, divinais, olhos azuis, fazendo com que a música da sua banda seja, minimamente, aceitável. O momento da verdade foi quando cantou The Smiths, em (500) Days of Summer.

2 - Debbie Harry (Blondie)
Cresci a ouvir The Clash, The Stranglers, Gang of Four e Blondie. É por isso que sou muito alto (1.90 m). Estas referências acompanharam-me a vida inteira (parecem memórias de um velho), mas a que guardei com mais carinho foi a pujança discreta de Debbie Harry a liderar os Blondie. Neste momento, não dou nem um cêntimo para os ir ver ao Alive!. Venderam-se e pactuaram com aquilo que nunca foram. Prefiro guardar, na memória, os tempos de Heart of Glass e Call Me.

1 - Cat Power
Não há nenhuma mulher como a Cat Power. É preciso dizer mais alguma coisa? Olhem para a foto e oiçam as músicas.

Pedro Ramalhete

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