terça-feira, 22 de março de 2011

Angles


O que é que esperas dos Strokes? Sinceramente só isto. A minha esperança no conjunto enquanto grande nome do futuro há muito que morreu, e o disco a solo de Julian Casablancas, Phrazes For The Young, só acentuou essa expectativa - exactamente por ser uma edição bem bonitinha e recomendável. 
Sobre The King of Limbs dos Radiohead escrevi no Facebook: "Sempre me pareceu mais interessante confrontar o trabalho de bandas diferentes do que os diferentes trabalhos de uma banda. Talvez por isso seja todo a favor do novo dos Radiohead." Não escondo a alegria quando o meu MediaMonkey passa automaticamente da última canção de AnglesLife is simple in the moonlight (já lá vou), para Is this it. Essa alegria só se completa, contudo, quando vou ouvir a estreia dos Smith Westerns (Dye it Blonde foi conselho do Senhor Pedro Ramalhete). Porque Angles é mais um disco de 2011. Foi editado por uma grande banda, mas isso não o livra de ser um disco a mais. Também não o condena ao estatuto do último dos White Lies. Descansem, fãs mais devotos - menos os que gostaram do Ritual dos White Lies (nesses casos não consigo prever opiniões).
A capa sufoca-me - sufoca-me ainda mais que esta; sem ter tantas razões para isso. O disco concretiza essa impressão com um um início acolhedor (Machu Picchu, Under Cover of Darkness) que mais não é que uma cilada para que caiamos num sufoco só interrompido quando a canção Life is simple in the moonlight aparece para nos puxar por um braço. Esta aflição não é da boa, como aquela que Kid A nos oferece a cada audição. Ou será que só a chamo de aflição porque gosto dos Strokes e até temo o seu presente?
Dar positiva depois deste comentário (não lhe chamemos crítica; a nota constitui diversão) é contrariar o que escrevi sobre o álbum dos Radiohead? Talvez, mas isso foi escrito no Facebook...

5.3 (de 0 a 10)
 António Vieira

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